UX Change e o #vailaefaz
Leciono há anos. Nem sei mais quantos anos eu leciono e isso não importa. Importa dizer que eu me apaixono a cada dia mais pelo que faço e pelos humaninhos malucos que me aparecem pela frente.
Foi esse amor ou compaixão que me levou a pensar em como ajudar cada um deles no processo de aprendizado. Aprender é um processo complexo, que requer muitos recursos do cérebro: atenção, memória, metacognição (pensar como eu formulo pensamentos ou aprender a aprender).
Na observação de mim mesma e do outro, eu aprendi que pessoas perdidas, pouco amadas por quem importa, sejam eles pais, amigos, amantes ou até por si mesmas, aprendem com maior dificuldade. Hoje há evidências científicas disso, mas meu aprendizado foi empírico e, em algum momento deu click dentro de mim! Eu precisava fazer algo. Foi assim que surgiu o UXChange como presença no Youtube e assim que nasceu o #vailaefaz.
Ver que há pessoas perdidas, amedrontadas e paralisadas, dói em mim! Dói ver meu aluno perdido, incapaz de lembrar, de prestar atenção, de memorizar um processo. Dói perceber que alguns acham que o diploma resolverá tudo e por isso apostam tudo no diploma. Pagam pelo certificado, mas não se dedicam ao processo de aprender a aprender e daí se frustram com o resultado: não aprendem o que deveriam e não conseguem emprego. Mas como pode? Eles fizeram o certo (em teoria): apostaram tudo na transição de carreira, no curso “certo” e ainda assim a coisa demora. Não acontece. Amores, dói em vocês e em mim.
É de Mário Sérgio Cortella a frase: “Vaca não dá leite. É preciso ordenhar.” Pois é, tenho algumas notícias para quem está mudando de carreira: 1) transição de carreira é algo que vai exigir muito de você em termos emocionais, 2) mudar de carreira vai exigir resiliência e capacidade de reagir à dor e 3) vai clamar por criatividade. Então, sinto muito avisar: você vai ter que aprender a ordenhar!Por causa disso músculos que você desconhecia vão doer. Você vai descobrir que a vida é cruel! É cruel ter de acordar 3 ou 4hs da manhã. Você vai trabalhar muito, com medo de estar errando e vai ganhar pouco. Vai doer. Vai ser difícil. Você vai perder amigos antigos e ser malvisto outros. Ah! Vai ter horas de solidão e vai dar muita vontade de chorar.
Conselho: chore! Chore muito! Reconcilie a emoção com seus outros processos mais “racionais”. Acolha a dor de estar se desconstruindo para se reconstruir. Seja a Fênix mitológica e o monstro sagrado que você quer ser na vontade e na dor da mudança. Ninguém pode ser isso por você. Agora, é preciso compromisso com essa reconstrução, porque ela vai tomar seu tempo, vai te dar fazer sentir todas as emoções #tudoaomesmotempoagora! E nem sempre é bom e legal, leve! Mudar é ir pra um casulo e de lagarta virar borboleta.
Há muito trabalho a fazer: estudar, fazer, treinar, frustrar-se com resultados, tentar de novo e falhar outra vez, ter ódio da mudança, amar a mudança, se achar a pessoa mais tonta do mundo e depois, se achar a pessoa mais F*** do mundo.
Coragem, mozão! Beijin no ombro e #vambora que a jornada não vai ser fácil! Quer mudar? Vem comigo. Eu mudei de país umas 5 vezes, mudei de profissão 3 (agora indo pra 4) vezes, de marido 3 vezes, de empresa não lembro quantas vezes. E estou aqui, firme e forte. E estou morta de medo e confiante #tudoaomesmotempoagora! Vai entender… Gente é bicho contraditório e a vida é uma viagem muito louca!
Eu sou hoje o que você será amanhã. Confie! Perceba se há entusiasmo em você. Perceba se você está “no estado de exaltação do espírito de quem recebe, por inspiração divina, o dom da profecia ou da adivinhação.” Se estiver sentindo isso, respire fundo. Vai dar tudo certo!