Muitos alunos, quando chegam aos cursos que eu ministro, ficam em p\u00e2nico com o pontap\u00e9 inicial: fazer um desk research.<\/p>\n
O que eu pe\u00e7o n\u00e3o \u00e9 trivial, porque n\u00e3o faz parte da educa\u00e7\u00e3o de designers. Eu pe\u00e7o que entendam a din\u00e2mica do mercado, as barreiras de entrada e sa\u00edda, quem s\u00e3o os competidores nos quais devemos realmente prestar aten\u00e7\u00e3o e por a\u00ed vai.\u00a0 Dou aos alunos uma ferramenta muito conhecida em neg\u00f3cios, mas n\u00e3o t\u00e3o conhecida em design: as 5 for\u00e7as de Porter.<\/p>\n
Existem algumas coisas que me incomodam na apresenta\u00e7\u00e3o dos trabalhos de Desk Research em todas as turmas. Em primeiro lugar, a incapacidade de fazer o trabalho com curiosidade, com vontade de ver algo novo e desconhecido: o mercado, seus integrantes, as rela\u00e7\u00f5es de poder. \u00c9 como se os alunos ficassem paralisados diante da imensid\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es, o que me leva para o segundo ponto.\u00a0 Concordo que o volume de informa\u00e7\u00f5es que aprecem nos resultados do Google \u00e9 grande, mas e da\u00ed?\u00a0 Que tal olhar as perguntas que acompanham cada uma das for\u00e7as e segui-las?\u00a0 Isso ajuda muito a organizar o que foi encontrado.<\/p>\n
Obviamente o problema n\u00e3o termina a\u00ed.\u00a0 O maior desafio \u00e9 fazer sentido daquilo e responder a principal pergunta que habita esse momento de qualquer projeto: para onde dever\u00edamos ir? Traduzindo: o que \u00e9 mais seguro (de dar lucro) e o que \u00e9 capaz de causar maior impacto no mercado?<\/p>\n
Durante anos fiquei me perguntando o que estava acontecendo nessa hora, por quais raz\u00f5es era t\u00e3o dif\u00edcil ver as quest\u00f5es estrat\u00e9gicas que aparecem ao analisarmos o mercado. A resposta que obtive foi: as pessoas n\u00e3o conseguem mais fazer rela\u00e7\u00f5es entre as coisas, ver quem influencia qual resultado e n\u00e3o conseguem imaginar as consequ\u00eancias de cada oportunidade e\/ou tomada de decis\u00e3o.<\/p>\n
Culpo a educa\u00e7\u00e3o moderna e simplista de muitas escolas por isso. Tudo \u00e9 ensinado com f\u00f3rmulas, Canvas e frameworks (a\u00ed, como odeio essa palavra!!!), simplificando a vida a uma linha reta e um monte de campos para preencher.\u00a0 Posso atribuir a falta de vis\u00e3o do todo ao uso exagerado de interfaces administradas por algoritmos, que tornam a vida rasa e simpl\u00f3ria, al\u00e9m de autoindulgente. Tudo feito para agradar e colocar cabresto.<\/p>\n
A realidade \u00e9 que os problemas s\u00e3o complexos. Isso significa que h\u00e1 muitos elementos envolvidos no problema, que eles est\u00e3o interrelacionados, que se eu altero um, a consequ\u00eancia aparece em outro lugar e pode ser uma coisa desastrosa ou maravilhosa.<\/p>\n
Foi por isso que eu criei o Curso de Pensamento Sist\u00eamico. Acho que est\u00e1 na hora das pessoas terem uma ferramenta para organizar a cabe\u00e7a, as informa\u00e7\u00f5es e visualizarem a complexidade das tomadas de decis\u00e3o estrat\u00e9gica.<\/p>\n
O curso ser\u00e1 valioso para jovens UX researchers, UX Strategists, PMs, PDs e profissionais de marketing.<\/p>\n
Vejo voc\u00eas em Janeiro de 2024!<\/p>\n
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